Expedições Acauã 2015 – A “conquista” da América do Sul
A “conquista” da América do Sul
Grupo de amigos completa a América do Sul em viagens com os próprios carros
Foram 10 anos e mais de 70 mil quilômetros rodados com seus próprios carros. O que nasceu de uma simples viagem de férias para “fugir” do Carnaval, acabou se tornando um projeto de turismo e uma ambição: conhecer toda a América do Sul rodando em veículos 4×4.
Esse foi o objetivo do grupo Expedições Acauã, de Ribeirão Preto, formado por dois jornalistas, um publicitário e três empresários. Ao longo dos anos, o grupo colecionou mais de 20 mil fotos, um sem-número de vídeos e muita, muita história pra contar.
Para “fechar” a América esse ano, o Expedições Acauã conheceu os três países que faltavam na “coleção”: Equador, Colômbia e Venezuela. Foram alguns dos mais distantes e certamente os que colecionam os maiores “mitos”. A grande maioria dos brasileiros, infelizmente, tem como referência da Colômbia, o narcotráfico e da Venezuela, os conflitos político-econômicos dos governos Chaves e Maduro. Do Equador, por aqui, simplesmente se sabe que, como o Chile, o país não faz divisa com o Brasil. A viagem, no entanto, claro, reserva muito mais.
Denominada “Grã-Colômbia”, em homenagem ao projeto de unificação de boa parte da América do Sul por Simón Bolívar, a expedição desse ano, teve sua “largada” em Rio Branco no Acre. O grupo atravessou todo o Peru (e uma Cordilheira de curvas intermináveis) e ingressou no Equador. Lá o grupo viu de perto os imensos bananais – que dão fama de grande exportador ao país; conheceu a limpa e organizada capital Quito e a cidade de Guayaquil, com sua Praça das Iguanas, por exemplo. O legítimo chapéu “Panamá”, para quem não sabe é equatoriano, feito em Cuenca.
Em Guayaquil – cidade com ares de um interior moderno – fica o importante monumento do encontro de Bolívar com San Martín, os dois principais libertadores da América do domínio espanhol.
Já na Colômbia, após uma passagem pela fantástica Catedral de Las Lajas, na cidade de Ipiáles, o grupo conheceu as cidades de Cáli (como na região de Ribeirão Preto, existe muita cana de açúcar plantada lá) e Medelín. Nesta última, duas grandes atrações: a Praça Fernando Botero, onde estão as obras (estátuas gordas) do mundialmente conhecido escultor e o túmulo do maior narco-traficante da história, Pablo Escobar, morto em 1993. A capital, Bogotá é histórica e de arquitetura imponente, mas a grande surpresa foi uma Catedral, escavada dentro de uma mina de sal, em Zipaquirá.
Venezuela
O ingresso na Venezuela foi um dos momentos mais tensos da viagem. O grupo conseguiu dar “saída” da Colômbia nos documentos, mas não conseguiu entrar oficialmente na Venezuela, por conta de horário. Pior, havia uma informação um tanto quanto truncada de que, talvez, os carros não pudesse entrar.
A saída foi dormir mais uma noite – na ilegalidade total entre duas fronteiras – e tentar no dia seguinte. Ao contrário das pessimistas previsões no entanto, tudo foi resolvido com umas quatro horas de espera e 90 dólares em propina… Coisas de gente da América (incluindo o Brasil, claro).
Na Venezuela, sem dúvida, o mais pobre dos três países dessa viagem vale o registro da gasolina a 0,07 bolívares (enchia-se o tanque do carro – cerca de 50 litros – com R$ 0,10), isso mesmo, você não leu errado: dez centavos de real. Os pedágios, para veículos de passeio, também não são cobrados. No entanto, as filas para compra de comida foram vistas em várias cidades, incluindo a capital Caracas.
Em Caracas também estão o Mausoléu de Simón Bolívar (merecidamente tratado como herói e o túmulo do ex-presidente Hugo Cháves, morto por um câncer em 2013. Seu túmulo, alías, é vigiado por uma guarda constante e, no local – no Quartel de La Montaña -, também há um pequeno museu com fotos, objetos pessoais e até algumas anotações do “comandante”. Em uma delas, um mapa da América do Sul e sobre o mapa do Brasil, o nome “Sucre”. Seria esse o nome que teríamos sob novo comando?